segunda-feira, 19 de julho de 2010

Segunda poética, do amigo Bill

A vida dum peixe vermelho

A Sara tinha um peixinho vermelho dentro duma bacia. O peixinho vermelho chamava-se Noé e estava dentro da bacia a nadar. Uma vez a Sara meteu-se dentro da bacia e foi a nadar atrás do peixinho. No fundo da bacia havia uma porta. O peixinho vermelho morava lá e tinha lá dentro uma casa, com uma sala com armários e com cadeiras e uma mesa.

O peixinho sentava-se à mesa a escrever, andava a escrever um livro. O título do livro era: “A vida dum peixe.” A Sara naquela altura ainda era pequena e não sabia ler e por isso andava muito aborrecida e cheia de curiosidade de saber o que estava lá escrito.

Todos os dias ia lá com o Noé para dentro da casa dele e Noé deixava-a ficar sentada numa cadeira a olhar para ele, a vê-lo escrever o livro.

Então a Sara teve uma idéia: quando podia ia à casa do Noé, sentava-se à mesa com um papel e copiava muito bem tudo o que estava escrito no livro. Depois guardava muito bem o papel para, quando fosse grande e já soubesse ler, ler o livro da vida do peixinho. Comprou uma caneta, e umas letras eram grandes e outras pequenas e havia letras redondas como bolas e outras letras compridas.

A Sara copiava tudo muito bem copiado e o Noé todos os dias punha mais coisas no livro.

Quando a Sara aprendeu a ler, foi a correr buscar os papéis. Mas nos papéis só estavam escritos gatafunhos e riscos, porque o peixinho vermelho afinal não sabia escrever e fazia aquilo para a Sara julgar que ele era muito sábio e andava a escrever um livro sobre a vida dele e para Sara ficar com muita admiração pelo peixinho e gostar muito dele.

A Sara, primeiro, ficou triste, porque estava cheia de curiosidade. Depois não disse nada ao Noé que sabia ler, e todos os dias ia com ele para a casa dele e ele escrevia coisas no livro para a Sara olhar para ele. E Sara ficava muito admirada, para o Noé ficar contente porque a Sara gostava muito daquele peixinho vermelho.

Um dia, aquele peixinho vermelho morreu e a Sara ficou muito triste e meteu o peixinho vermelho numa caixa com desenhos e enterrou-o no quintal. Depois a Sara plantou uma flor no lugar onde enterrou o peixinho e deitou-lhe a água da bacia.

A flor cresceu, era muito bonita e vermelha e a Sara pôs-lhe o nome de Alice Lidell.

{ Manuel António Pina }

Ótima semana a todos.

Namarië

Bill - O Cinzento

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